Apaga-se o vento. Fica o frio.
Entranha-se pela epiderme, arrepia-me os ossos.
A solidão apega-se a mim, mais uma vez. O desespero dos dias a passar e ver tudo parado.
O desassossego de não ver nada a virar.
Creio em mim que o problema se vai desabar em breve. Como sempre para o lado mais fraco. Tento recarregar um pequeno carregamento de energia e espero pela absolvição total.
Forço-me a reagir, mas a resposta vem lenta e tardia. Não vejo o sol, não vejo a luz. Apenas escuridão, o silêncio, esta minha necessidade de isolamento.
Abstenho-me do mundo, refugio-me nas minhas próprias sombras e espero.
Espero que tudo fique claro, que tudo se resolva por mim. Assim tem acontecido, porque não acontecerá agora?
Preciso de um desabafo, de um grito. Mas até a voz se apagou. Não consigo falar.
Quero imenso falar. Não consigo falar.
E por mais pregos que crave neste caixão criado só por mim, nada me faz ver o monstro que estou a criar.
E porque razão? Porque motivo?
O silêncio parece-me solução e a razão.
Apago o vento novamente, deixo-me gelar.
E porque razão me suicidar quando posso, muito bem, fazer ciência?
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