terça-feira, 11 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vai chegar o dia.

Vai haver um dia, um daqueles que sempre esperamos.
Vai haver aquele momento, único, memorável.
Vai haver o barulho da garrafa, dos copos, do sorriso nos nossos rostos.
Esse dia vai chegar, seja agora ou depois,
Mas vai chegar. E aí sim, veremos um futuro risonho, longo e com esperança.


murganheira 3

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Amo-te, Portugal

Portugal, 

Estou há que séculos para te escrever. A primeira vez que dei por ti foi quando dei pela tua falta. Tinha 19 anos e estava na Inglaterra. De repente, deixei de me sentir um homem do mundo e percebi, com tristeza, que era apenas mais um dos teus desesperados pretendentes. 

Apaixonaste-me sem que eu desse por isso. Deve ter sido durante os meus primeiros 18 anos de vida, quando estava em Portugal e só queria sair de ti. Insinuaste-te. Não fui eu que te escolhi. Quando descobri que te amava, já era tarde de mais. 

Eu não queria ficar preso a ti; queria correr mundo. Passei a querer correr para ti - e foi para ti que corri, mal pude. 

Teria preferido chegar à conclusão que te amava por uma lenta acumulação de razões, emoções e vantagens. Mas foi ao contrário. Apaixonei-me de um dia para o outro, sem qualquer espécie de aviso, e desde esse dia, que remédio, lá fui acumulando, lentamente, as razões por que te amo, retirando-as uma a uma dentre todas as outras razões, para não te amar, ou não querer saber de ti. 

Custou-me justificar o meu amor por ti. És difícil. És muito bonito e és doce mas és pouco dado a retribuir o amor de quem te ama. Até dás a impressão que tanto te faz seres odiado como amado; que gostas de fingir que estás acima disso, olhando para os portugueses de agora como o céu olha para os passageiros nos aviões. 

Já que estava apaixonado, sem maneira de me livrar - nem sequer voltando para ti e vivendo contigo mais trinta anos - que remédio tinha eu senão começar a convencer-me que havia razões para te amar. 

Encontram-se sempre. E, a partir de certa altura, quando já são seis ou sete razões que se foram arranjando ao longo dos anos, deixamos de amaldiçoar este amor que nos prende a ti e, inevitavelmente, começamos a sentir-nos, muito estúpida e secretamente, vaidosos por te amarmos. Como se fôssemos nós que tivéssemos sido escolhidos. 

Digo nós mas falo por mim. Digo eu sabendo que não sou só eu, que nós somos muitos. Possivelmente todos. Tragicamente todos, um bocadinho. Se calhar estamos todos, de vez em quando, um bocadinho apaixonados por ti. 

A tua pergunta bocejada, de país farto de ser amado, amado de mais, aborrecido com tanto amor, apesar da merda que tens feito e da maneira como nos pagas, é sempre a mesma: «Diz-me lá, então, porque é que me amas...» 

Pois hoje vou-te dizer. Não me interessa nada a tua reacção. Estás a ver? Já comecei a mentir. É sinal que a minha carta de amor já começou. 

Amo-te, primeiro, por não seres outro país. Amo-te por seres Portugal e estares cheio de portugueses a falar português. Não há nenhum outro país, por muito bom ou bonito, onde isso aconteça. 

Mesmo que não achasse em ti senão defeitos e razões para deixar de te amar, preferia isso, mesmo deixando de te amar, a que não existisses. 

Se deixasses de existir, o meu olhar ficava de luto e nunca mais podia olhar para o resto do mundo com os olhos inteiramente abertos ou secos ou interessados. 

Para que continuasses a existir, mesmo fazendo cada vez mais merda, trocava imediatamente ir-me embora de ti e nunca mais poder voltar e nunca mais poder ver-te, e nunca mais encontrar um português ou uma portuguesa, e nunca mais poder ler ou ouvir a língua portuguesa. 

E olha que este é um desejo que muitas vezes tenho. 

Esta é a única verdadeira prova de amor: fazer tudo para que sobreviva quem se ama. Mesmo que nunca mais te víssemos, Portugal, saberíamos que continuavas a existir, que as nossas saudades teriam onde se agarrar. Por muito que mudasses, mal te deixássemos e nunca mais te víssemos, já não mudavas mais.

Mesmo que não houvesse em ti um único pormenor que não houvesse nos restantes países do mundo, que são muitos; mesmo que houvesse um país escondido que fosse igualzinho a Portugal em todos os pormenores; mesmo assim eu amar-te-ia como se fosses o único país do mundo, diferente em tudo. 

Portanto, já viste, ó Portugal: não preciso de nenhuma razão para te amar. Amo-te sem razão. Amo-te às cegas, antes sequer de olhar para ti. Podes ser o pior país do mundo, ou o melhor, ou o mais monotonamente assim-assim. Não me interessa. Amo-te. Amo-te à mesma. Amo-te antes de falarmos nisso. 

Amo-te tanto que, quando perguntas porque é que eu te amo, não fico nervoso nem irritado. Não preciso de tentar dar uma razão convincente. Amo-te à mesma, fiques ou não convencido.

E, mesmo que te aborreças de ouvir todas as razões que tenho para te amar, eu continuarei a dizê-las, porque gosto de dizê-las e porque, que diabo, também eu preciso, às vezes, de me lembrar e de me convencer do quanto eu te amo. 

Amo-te mesmo que sejas impossível de conhecer ou de descrever. Isto é muito importante. O Portugal que eu conheço e descrevo é apenas o Portugal que eu julgo, se calhar, conhecer (pouco) e descrever (mal). 

Cada pessoa apaixonada por ti está apaixonada por um Portugal diferente do meu. Até o meu Portugal é, conforme os climas, bastante diferente do meu - para não dizer estrangeiro. 

Por exemplo, uma das razões por que te amo é o teu clima. Acho que tens um bom clima. Mas não julgues que há muitos portugueses apaixonados por ti que concordam comigo. Esses julgam o teu clima dia a dia e hora a hora e gostam dele, quando muito, vinte por cento do ano. Em cada cinco horas do teu clima, gostam de uma e odeiam quatro. 

Pois eu amo-te sem saber sequer se o teu clima é bom ou mau. Não tenho a certeza, mas não interessa: amo-te mesmo ignorando tudo a teu respeito. Amo-te mesmo estando completamente enganado. A pessoa convencida sou eu. Quem está convencido que ama, quando fala do seu amor, não quer convencer ninguém. Quer declarar que ama. Se é bom ou mau nem secundário é. Fica noutro mundo, onde vivemos. 

Como vês, não preciso de razões para te amar. Mas tenho muitas. E boas. A primeira delas é secreta e embaraça-me confessá-la: amo-te, Portugal porque, não sei como e contra todas as provas e possibilidades, acho que és o melhor país do mundo. 

Pronto. Está dito. É uma vergonha pôr as coisas de uma maneira tão simples. Mas era isto que eu estava há que séculos para te dizer: amo-te, Portugal, por seres o melhor país do mundo. 

Como vês não sou o romântico que estava a fingir ser, que te ama sem precisar de razões para isso. Tenho uma razão muito interesseira para te amar: acho que és o melhor país do mundo. Por muito relativista que eu seja noutras coisas, acho mesmo que tive sorte de nascer aqui. Em ti. Aqui, entre nós. 

Desculpa. 

Mesmo assim, insistes em perguntar: que tens tu de tão especial, que os outros países não têm? 

Essa íntima vaidade, por exemplo. Tu não és orgulhoso. Mas, muito bem disfarçada, tens uma vaidade sem fim. Dizes-te feio e vestes-te mal mas, quando passas por um espelho, espreitas e achas-te giro. E se alguém te diz que és feio e estás mal vestido, não ficas ofendido - achas que aquela pessoa é obviamente estúpida e não tem olhos na cara. 

Ou, pelo menos, não tem o discernimento e o bom gosto necessários para apreciar a tua oblíqua mas inegável formosura. A tua beleza, estás convencido, está reservada para os apreciadores. A ralé passa ao lado e não vê: deixá-la passar. 

A tua vaidade é tanta que até te permites um grande desleixo. Sabes que, na terra onde nada plantaste, há-de crescer um jardim preguiçoso que um dia será selvagem e bonito, sem qualquer esforço teu. Deus e o tempo trabalham por tua conta. 

Sabes que a tinta fresca salta muito à vista e que é cansativa. Esperas, despreocupado, pela beleza que há-de vir com a passagem dos tempos. E a vaidade que sussurra, preguiçosamente, a quem insista em aproximar-se: «Sim, eu sei que sou uma casa bonita e não, não me lembro da última vez que fui pintada. Eu cá não preciso de me abonecar.» 

Graças ao desleixo que a tua vaidade consente, mudas menos do que os outros países. As pessoas acham que és conservador, que és contra a mudança. Mas não é isso. És vaidoso e preguiçoso porque achas que não precisas de grandes esforços ou mudanças: sabes que continuas encantador. 

O teu desleixo também é causa de muito sofrimento mas não é numa carta de amor que vou falar dele. Também tem consequências agradáveis. 

Por exemplo, dizes que queres ser um país de primeira categoria. Mas sabemos todos que não queres. Gostas de ser de segunda, como gostas de não ser de terceira. Gostas de ter países melhores do que tu, para visitar ou invocar, quando fazes aquela fita de lamentar que não seja possível teres tudo o que tens de bom, menos tudo o que tens de mau, trocado pelo melhor que houver nos outros países. 

Tu não queres nada a não ser que gostem de ti. E não estás disposto a fazer nada por isso. Nem é preciso serem muitos a gostar. Se calhar, até te bastava um. Aposto que é essa a impressão que consegues dar a cada um dos desgraçados, como eu, que estão apaixonados por ti. 

Eu poderia perder anos a fazer um cuidadoso retrato de ti. Por muito verosímil que fosse, davas uma olhadela e dizias com desdém, a fazer-te caro ao mesmo tempo: «Isso não sou eu. Isso é outro país qualquer que inventaste...» 

É a tua maneira, Portugal amado, de garantir que continuaremos a tentar retratar-te. Tanto te faz que o retrato seja feio ou bonito, desde que seja de ti. 

Quanto mais variados forem, mais gostas. Até tu, nas tuas paisagens, varias e hesitas tanto e recusas-te a decidir, como quem não tem pressa e, no fundo, não escolhe nem decide, porque quer tudo. 

Preferias ser amado por quem tem razões para te odiar? Isso sei eu. Paciência. Eu amo-te porque mereces. Eu amo-te pelas tuas qualidades. Preferias não tê-las. Para que o amor fosse mais puro, mais contraditório, mais injustificável. Mas tens qualidades. 
Desculpa lá dizer-te isto, Portugal, mas amar-te é uma coisa simples. 

Amo-te, aconteça o que acontecer. Amo-te por causa de ti. Não é apesar de ti. É por causa de ti. Não há outra razão. Nem podia haver uma razão mais simples. 

Por muito que te custe ouvir (apesar de eu saber que não só não te custa nada como gostas de ouvir), digo-te: é tão grande o meu amor por ti que até consigo amar-te sem dar por isso. 

Já viste? 

Miguel 


Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público' (10 Junho 2011)


ucanha 4

Factores duvidosos

Ginásios, gajas com calcinha apertada e espelhos. Alguma coisa estranha une estes 3 factores!

domingo, 2 de setembro de 2012

O meu ídolo

casa by Tiago Matos
casa, a photo by Tiago Matos on Flickr.

Apenas do teu olhar reservo um abraço, uma esperança e um grande orgulho!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

De volta.

De volta a Lund. De volta ao mesmo. De volta ao escuro. De volta a chuva. De volta à necessidade de força. De volta à frustração. De volta à bicicleta. De volta aos casacos. De volta ao trabalho. De volta à busca constante do chefe. De volta ao desespero. De volta ao mesmo. De volta ao mesmo. De volta ao mesmo. De volta ao mesmo. De volta...


terça-feira, 14 de agosto de 2012

O fenómeno ditatorial aveirense.

É estranho como o povinho gosta de criticar e reclamar sem sentido. Ora reclamam que as camaras municipais não dão condições às cidades, o que leva
ao decréscimo de turismo. Mas quando as câmaras municipais apoiam e dão uma imagem limpa, organizada e bonita, atraindo o turismo até fazendo a publicidade necessária, esse tipo de criticas são ridículas. Aveiro cumpre esses parâmetros e decidiu incluir um imposto sobre o turismo, onde as dormidas na cidade dão cerca de 1€ ao município, 3€ no caso de hotéis. Ou seja, o valor é mínimo comparando ao que a câmara aveirense gasta para lhes colocar os turistas lá. Mas lá anda tudo a reclamar, porque o português acha que tem direito a tudo e mais alguma coisa, e nem se dão ao trabalho de pensar! E quando pensam muito até costuma dar asneira. Para evitar que pense em contornar o nova lei, não lhes é possível aumentar preços para extorquir ao turista o imposto, sob ameaça de penalizações elevadas. Parece-me que isto só lá vai em formato ditadura. Mas vai! Isto porque Portugal e pequenino se escrevem com p.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Urbanismo à Zé Tuga!

Existem muitas fases da história portuguesa. Vão das monarquias conquistadoras do mundo, à republica populista e social. Vão de ditadura Salazarista a revoluções pacíficas! Vão de ideais novos e empreendedores dos direitos cívicos e sociais, à cambada de chulos, corruptos e... Bem, não queria bem chegar a isto.

Passeando por meio de ruas, de que cidade for, o nosso país deprime logo após um suspiro de beleza. 
Nos centros mais antigos do país, somos rodeados por belos edifícios, praças desenhadas ao pormenor, jardins ainda eles perfeitos. Vemos janelas, portas, o paralelo, o banco de jardim a relembrar as belas estórias por essa história a fora. Podemos romper pelo nosso belo passado, contar ao próximo em que ano determinado edifício foi feito. Podemos imaginar em nosso redor, dos combatentes contra os inimigos do reino, ou de todos aqueles navegadores a prepararem-se para mais uma grande viagem, despedindo-se das famílias. Eu consigo vê-los, fantasiando os momentos. Vejo nessa altura uma organização urbanística incrível, uma necessidade de beleza estética e paisagística impressionante, única e mágica. Isso continuou, mesmo nos tempos pós monarquia, com as repúblicas portuguesas a abrirem portas a mais criatividade, a mais liberdades! Mas isso levou a exageros. Levou a abusos, ao capitalismo. Levou ao esquecimento do urbanismo ao detalhe.

Nos tempos pós Salazarista ainda foi pior. O urbanismo sucumbiu-se na necessidade dos senhores construtores ganharem dinheiro com caixotes mal construídos, fora de contexto, sem qualidade e horrorosos. Basta ver bem a imagem que têm anos depois comparando com prédios bem mais antigos a que me referia anteriormente. 

Portugal deixou de desenhar as ruas, as praças. Hoje em dia constrói-se simplesmente onde há espaço. E qualquer coisa serve. É horrível que o português se deixe levar nisto! É horrível ver o que fizeram e continuam a fazer ao nosso país! 
Portugal está cada vez mais p(P)ortugal! 
Porque Portugal e pequeno se escrevem com p!!!


domingo, 12 de agosto de 2012

Aquele tao primeiro,

Envolvi-te com um braço e beijei-te profundamente na boca. Senti o sabor de todas as pregas dos teus lábios, de todos os contornos da tua lingua. A diferença entre a dureza dos teus dentes e a suavidade da tua boca surpreendeu-me como um milagre da evolução. Por momentos, o nosso beijo tomou o lugar de todo universo.

William sutcliffe


Um pequeno déjà vú meu.

sábado, 11 de agosto de 2012

Potugal das tertúlias!

Ha coisas que não renuncio. Compreendo, adoro e sinto saudades. Mas ha outras que me deixam chocado, e quanto mais tempo passo lá fora, mais pequeno me parece esta mentalidade portuguesa.
Neste primeiro tópico de "Portugal e pequenino escrevem-se com p", vou direccionar apenas para a tv. Nem sequer vou começar com o jornalismo em si! A seu tempo será. Mas as constantes lavagens cerebrais de ignorância e burrice impingida ao publico nacional e assustador. Quem quer saber o que faz o Castelo Branco? Ou o que veste a namorada do Ronaldo quando corta lenha? Pelos vistos todos, pois existem, nos chamados canais livres, tertúlias sobre o que os famosos fazem ou deixam de fazer? Portugal perdeu o assunto de conversa, só sobra isto! É assustador, incrivelmente real!!! Acabou o bom senso, o respeito pelo próximo, a capacidade de comunicação sã e inteligente. O povo esse, sofre estas constantes lavagens cerebrais de que o que é bom e fashion, aceitável pela sociedade, é o que eles, a tv, decidem! E assim andamos nós portugueses, pretendendo ser o que não somos, por meios não nossos, por alguém que nos manipula, enganados, burros e cegos! Portugal está cada vez mais pequenino sem ninguém se aperceber, ou a maioria.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Usain Bolt em Legos

Nunca fui muito abonado com legos, mas tinha amigos com essa sorte e que me deixaram partilhar grandes momentos com eles. Aqui está uma grande montagem em Legos.


Des Legos pour reproduire la finale du 100... by Onbuzz

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Speed Painting Lamego

Lamego é daqueles paraísos citadinos que nunca tenciono lá viver.
A beleza da sua arquitectura histórica não consegue esconder o pior de sí própria.

Ser feliz...

‎"Ser feliz é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada. É extrair das pequenas coisas grandes emoções. É encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo se não existirem grandes factos. É rir de suas próprias tolices. É não desistir de quem se ama, mesmo se houver decepções. É ter amigos para repartir as lágrimas e dividir as alegrias. É ser um amigo do dia e um amante do sono. É agradecer a Deus pelo espectáculo da vida..."

Augusto Cury


Lund near home

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

People are Awesome 2012

A continuar a minha lista de afazeres antes dos 30, este video além de ser muito motivador mostra algumas das actividades a fazer em breve!
Próxima será sky jump da Woobang tower sky, Daegu, Coreia do Sul.
Isto se não conseguir fazer ainda estas semanas windsurf aqui mesmo ao lado ou até em Portugal.
Para o inverno está o snowboard em lista!
Atenciosamente

O puto cheio de adrenalina para queimar.