terça-feira, 27 de abril de 2010

Portugal por horas...

Há sensivelmente 8 anos atrás estava eu por terras da cova da beira na maior caminhada da minha vida: Universidade... Estava a construir o meu futuro, a conhecer pessoas incríveis, e outras porém não tanto, e a criar laços de amizade que me marcam profundamente...
A grande vantagem de uma universidade pequena fixa-se na criação de laços de amizade com pessoas do próprio curso e não só.
Todos estes anos foram marcados por momentos maravilhosos com essas mesmas pessoas, por momentos menos bons em que essas mesmas pessoas estiveram perto... sim, esses momentos demonstram a maior proximidade perante os verdadeiros amigos.
E tenho orgulho de ter feito esses verdadeiros amigos, esses mesmos que estiveram em todas as situações e que me levaram a prosseguir em todos os objectivos e que hoje me ajudaram a ser e estar como sou e estou.
Na realidade sinto-me realizado por ter essas pessoas.
E depois de tantos anos ver os meus grandes amigos, provavelmente os melhores amigos que fiz na universidade, casarem depois de uma relação que foi nascendo em redor do grupo de amigos e colegas, faz-me sentir feliz e ao mesmo tempo perplexo.
Feliz porque os adoro, perplexo por ver a onde o tempo nos levou, os levou, e onde estão e estamos...
Adoro-os e espero que tudo corra bem para eles como desejo que corra bem para mim e que, acima de tudo, me seja permitido estar por perto deles assim como os quero perto de mim.
Acredito que tudo vai correr bem e acredito que a compatibilidades e equilíbrio entre ambos é fantástica.
Ela porque tem um feitio incrivelmente parecido comigo sempre me disse na cara o que fazer e o que corrigir, ele por ser calmo e conselheiro sempre me ajudou a decidir, levaram-me a torna-los os amigos ideais que eu aprecio imenso.
Tornaram-me incrivelmente melhor pessoa, melhor amigo e espero que também me considerem assim.
Felicidades...e até daqui a umas horas...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Grande crítica política...

Ser bolseiro é ter na alma o espírito de desempregado...

Não têm direito a subsídio de férias, nem subsídio de Natal, nem à protecção da Segurança Social. O Estado não lhes dá acesso aos direitos conferidos por um contrato de trabalho. Mas eles trabalham. São muitas centenas de bolseiros de investigação científica que escolheram ficar em Portugal a investir nas suas carreiras e que não sentem ainda os efeitos dos ventos de mudança. Alguns questionam: será que vale mesmo a pena ficar?

Luísa Mota ameaça tornar-se uma bolseira profissional, sem regalias. É bióloga, tem 34 anos e está actualmente a trabalhar ao abrigo da terceira bolsa de projecto de investigação. O projecto no qual trabalha actualmente termina em Junho. "A melhor perspectiva de futuro que tenho é ser integrada num novo programa de investigação por volta de Outubro." Está, portanto, a caminho da quarta bolsa de projecto. Nos meses "entre bolsas", Luísa e o filho de três anos ficarão sem os 745 euros de ajuda mensal. Restam as poupanças e a ajuda da mãe.

Luísa Mota é também a presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) que reúne mais de 800 pessoas. A representante da ABIC admite que, aproveitando a boleia de novas instituições ou programas de cooperação, "exista menos gente a sair de Portugal, ainda que não se conheçam números oficiais". Mas, sublinha, para os que ficam resta o abrigo da precariedade, do incerto, do "e agora?" no final de uma bolsa. Acumular bolsas atrás de bolsas não é a excepção, é a regra, diz Luísa Mota, que dá o exemplo de investigadores de 40 anos com carreiras que consistem em somatórios de bolsas. E, diz, há uma altura em que o cansaço pode chegar primeiro do que um lugar com contrato de trabalho.

"Isto é um absurdo. O Estado sempre investiu na minha formação e quando posso retribuir manda-me embora? Depois de passar anos a trabalhar não aproveitam isso para o desenvolvimento do país?", atira. Luísa Mota reconhece que há mudanças. "Ainda me lembro do deserto e não foi há tanto tempo assim", afirma. Entre acções de sucesso e novos institutos com "poucas centenas de lugares", a presidente da ABIC denuncia os "programas de fachada que não prevêem investimento nos recursos humanos".

Debaixo do bonito pano que nos mostra que Portugal faz hoje ciência de topo, há "muita precariedade e desespero". "Ainda temos faculdades que fecham 15 dias por ano só para conseguir reduzir as contas de luz. Há cada vez mais professores nas universidades a reformar-se e as vagas não abrem. Há cursos onde o número de alunos duplica e os professores são os mesmos ou menos ainda." A ABIC tem saído à rua em protesto. As bolsas são as mesmas desde 2002 (745 euros para bolsa de projecto, 980 para bolsas de doutoramento e 1495 para pós-doutoramento) e a actualização extraordinária destes apoios foi chumbada (votos contra do PS e a abstenção do PSD). Para já, a prioridade da ABIC é "apenas" que os bolseiros "sejam considerados trabalhadores". A.C.F.





http://jornal.publico.pt/noticia/25-04-2010/bolseiros-sem-contrato-de-trabalho-desesperam-19254972.htm
http://jornal.publico.pt/noticia/25-04-2010/em-portugal-nao-teria-evoluido-como-aqui-19254991.htm

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mansa é a tua tia...

Há dias que fico estupefacto com tanta ignorância das pessoas com quem trabalhamos... É mesmo triste que não se limitem a pensar antes de falar...
Mas é a vida, são ricos, têm um país que "funciona", têm dinheiro e isso é suficiente para fazer investigação...
A isso chama-se "mansidão"...ter a papinha e não saber usar a cabecinha... e foi aí que o Sócrates foi buscar a expressão: "Mansa é a tua tia", que significa que a tia do Louçã é sueca e nunca pensou assim muito...
Tá porreiro pá...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ora cá está...

Hoje provavelmente realizei, para além de um sonho meu, um sonho ao meu avô...
Só falta mesmo saber tocar no meu novo saxofone...
Para quem não sabe, os instrumentos de sopro fazem parte de um sonho do meu avô que não pode aprender mas também nunca viu ninguém na família que lhe fizesse a vontade...
Ora aqui está, o meu avô pegou-me esta doença...

Alta tecnologia

domingo, 18 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ironias...

A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser activo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição.

Uma ironia pode ser aplicada em várias áreas e a mais recente é Reykjavík, que quem não sabe é o aeroporto da Islândia...
Ou seja, nuvens de cinzas de um vulcão em erupção na Islândia obrigaram hoje ao encerramento de espaço aéreo e aeroportos no Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca, Bélgica, França e outros países, mas o aeroporto de Reykjavík na Islândia encontra-se em funcionamento...

Não acham isto ironia???

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Do mau há que tirar o positivo...

Este título dá que pensar... sempre ouvi esta expressão de várias pessoas, mas na realidade que lição se pode tirar desta merda toda?
Não me venham com tretas que aprendemos com o mau momento a evitar que outros venham, porque se for preciso inventamos outros que conseguem ser piores do que aquele que deveríamos evitar...
Estou cansado, preciso de fugir, de me refugiar do mundo e desaparecer deste antro oxigenado designado Terra. Apetece-me ficar calado com todos, uma espécie de greve de fala, mas que quando me encontro sozinho só me apetece rebentar com tudo e explodir... já nem a guitarra me acalma, nem o trabalho me alivia, nem o Red Label me faz sorrir.
Apetece-me um canto meu onde ninguém me encontre e onde não consiga pensar em nada, fico num buraco onde apenas as necessidades fisiológicas para respirar funcionem.
Precisava disso tudo e precisava que alguma coisa neste momento começa-se a dar certo...
O trabalho parece que anda contra mim e a vontade está a escassear...As saudades apertam e parece que não tem um dia à vista e o Red Label é caro e não me faz sentir melhor... Logo que posso eu melhorar nisto tudo?
Só queria mesmo finalizar o meu artigo e entrar num período de descontracção, mas nem isso consigo... estou sem ideias, sem vontade e bloqueado ao que não entendo... Estou irritado comigo mesmo porque eu não sou assim, eu não me encontro a mim mesmo...
Apetece-me bater a mim mesmo para ver se acordo... ou pelo menos que consiga fugir de tudo mesmo...

Perdoar ou Pedir Desculpa por José Leite Pereira

Há 40 anos, John Lennon clamava hereticamente que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo. Disse-o com bazófia, sobretudo isso, mas também como crítica a uma Igreja que, segundo ele, se afastava dos seus objectivos iniciais. Num tempo marcado por muita contestação e profundas mudanças de comportamento, a Igreja pôs as garras de fora e comandou uma gigantesca operação contra os Beatles, apelidando-os de ser um banda satânica e de os seus membros levarem uma vida dissoluta - a única coisa que, realmente, era verdade. Tantos anos depois, o órgão oficial do Vaticano vem absolver a banda, num artigo que segundo os especialistas só poderia ser publicado após o aval do Papa.

Pois bem, em 2010, segundo "L'Oservatore Romano", é verdade que os Beatles se drogavam e tinham vidas pouco recomendáveis, mas as suas músicas ficaram como o fenómeno mais duradouro, consistente e representativo da história da música pop, resistindo ao tempo como "jóias preciosas".

Esta absolvição dos Beatles parece ridícula. Vem tão fora do tempo que diz bem, entre outras coisas, da necessidade de a Igreja se ir adaptando. E, bem ao seu jeito, o que a Igreja faz não é autocrítica: o Vaticano lança o seu perdão onde antes criara um anátema.

Sendo ridículo, este gesto só merece referência porque surge numa altura em que sobre a Igreja recaem acusações graves de protecção a padres pedófilos, problema que a Igreja tem sempre negado e escondido e com o qual começa a lidar de maneira diferente. Já se ouviram, mas não com o uníssono que é necessário exigir à hierarquia católica, alguns pedidos de perdão, já se ouviram, anteontem, instruções de Roma no sentido de que, ao ter conhecimento de casos, a Igreja deve, perante provas indubitáveis, suspender os seus pastores. É uma boa decisão. Se as comunidades confiam nos padres é bom que saibam que a Igreja não mantém em funções quem não possa merecer a confiança dos que a procuram. Não tem sido assim. Mas, sendo uma boa medida, visa apenas o futuro. Continua a faltar à Igreja tentar restabelecer uma relação - a relação possível - com os que foram maltratados e sofreram em silêncio.

Habituada a absolver, a Igreja tem rapidamente de aprender a pedir perdão, indo para além do gesto retórico. É preciso que tenha acções preventivas, punições claras e denuncie às autoridades civis os seus sacerdotes criminosos. Só assim o pedido de perdão será convicto, e só assim a Igreja não quebrará a relação de confiança que por todo o Mundo mantém com milhões de pessoas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

sanatorio...

sanatorio covilha from carlos reis on Vimeo.

Fim de semana estranho....

Depois de tantas lutas pessoais para me sentir bem, colocando certas pessoas como ideológicas para sobreviver ao que mais me deprime neste país, vejo a pessoa que mais representava essa mesma luta e eu observava como imagem a seguir entrar em desespero do nada gritando "detesto estar aqui"...

Deixou-me pensativo... na verdade ele pensa o mesmo que eu e sente-se também de forma semelhante, mas por mais que o soubesse, não o admitia de forma inconsciente para eu me sentir melhor.

Imaginei o Tiago, como referencia por estar longe da namorada e de Portugal, como guerreiro a quem deveria seguir como exemplo. Mas o resultado foi observar que também ele, mais experiente nesta caminhada de distancias se sente em baixo nos momentos que menos se espera...

Sinto-me perplexo e com medo...

Continuo com as minhas dificuldades de sobrevivência, por mais que possa demonstrar o contrário, mas continuo a não saber nem querer desistir...
Parece que tudo que de bom se possa mostrar no meu caminho se escurece por momentos... mas por vezes esses momentos são mais do que mágicos e irreais...

Rendo-me à sobrevivência básica de tudo que me afecta...

terça-feira, 6 de abril de 2010

1 Ano depois...

Um ano... completado na sexta feira... Um ano de distancias e aproximações... de realidades diferentes, de contextos únicos, de histórias para contar...

Foi um ano que devia dar-me um sorriso para voltar a Portugal e obviamente estar de volta para quem quero estar sempre perto, mas que infelizmente se demonstrou impossível...
Não sei o que é melhor: aguentar mais a distancia que tanto magoa ou voltar a trabalhar num grupo que não ajuda a melhorar/desenvolver o nosso trabalho...
Obviamente a opção lógica seria trazer a Sara para aqui.. Ganharia nos dois pontos essenciais...

Neste ano realmente vivi coisas únicas, fantásticas. Conheci pessoas de mundos diferentes, culturalmente diferentes...
Há pessoas e coisas neste grupo de humanos que conheci. Pessoas que aprendi a lidar, a viver e partilhar amizade, e coisas que (como o chinês) se aprende a tolerar...
Conheci cidades, países.. vi o que nunca imaginaria ver por tão indiferente que me era.
Ouvi línguas completamente diferentes com palavras semelhantes ao português...
Foi sem dúvida um ano diferente que me marcou pela positiva...
Primeiro porque finalmente me encontro a fazer o que gosto, porque vivo como quero e da forma que quero, mas sem dúvida a primeira vez da minha vida que realmente senti falta de alguém, incluindo a família também...
Sim, sempre fui frio o suficiente para não sentir saudades de nada... Agora sinto-as...
Espero que daqui a um ano possa escrever mais e melhor sobre as minhas experiências, que possa dizer que me encontro mais realizado do que nunca a nível profissional e que acima de tudo ainda tenha a pessoa que amo ao meu lado, mas com menos km de distancia...(talvez mesmo ao lado)