domingo, 27 de junho de 2010

Um mar conversador

Mergulhei profundamente nos silêncios do mar.
Num barulho ensurdecedor das pequenas ondas a desfazerem-se nos montes de algas.
Por um breve período a solidão ausentou-se e preencheu-se por aquele silêncio.
Momentos em que os problemas não desaparecem, não fogem nem se transformam.
Apenas se esquecem...
Aquele preenchimento de paz vindo do barulho do mar fez-me abstrair de tudo!
Só me apetecia continuar assim eternamente, numa paz tão natural.

Por mergulhos naquela melodia encontrei milhares de projectos perdidos com o tempo.
Aqueles projectos que sempre os sonhamos mas deixamos de os colocar no planeamento de vida.
Senti falta das aventuras com adrenalina ao máximo, das aventuras que tanto a minha mãe me proibia e que eu sempre os desejei fazer. Não que fossem enormes projectos, mas existiam.
Procurei explicação para nunca os tomar de frente. E essa explicação não apareceu.
Apenas tudo virou ao contrário. A vida virou-se e eu segui simplesmente o que era mais fácil, pensando que a felicidade também se encontrava por tais endereços.
Mas por mais que mude a estratégia de sobrevivência esses sonhos, projectos, ideias ou segredos têm de ser feitos.
Essa foi a resposta de um navegar sobre caminhos do mar.

Nós somos Portugueses, um povo com tradição do mar.
Seriam os marinheiros aventureiros ou apenas se sentiriam melhor quando dentro de um oceano imenso se sentiam isolados das sociedades medíocres?
Esquecemos tais ideais, perdemos a força de vontade de mostrar ao mundo quem somos.
Mas porque razão?
O mar deixou de dar respostas? Ou amedrontaram-se com respostas duras e cruéis?
O mar. Esse mar que nos levou a tanto.
Serei eu mais Português por amar o mar?
Talvez, mas aos poucos aprendi a amar o meu País, aquilo que sempre tanto critiquei e critico.
Faz falta um guerreiro do mar para levantar a nossa terra do charco, para nos inspirar a todos a concretizar tais sonhos que todos nós fomos esquecendo que existiam.

O mar fez-me bem, faz-me vivo. É lá que quero estar.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um sabor imaginário

Imagino-te nua, erros perfeitos, curvas lineares, linhas côncavas, tudo que tanto te faz perfeita.

Irrita-me seres tão perfeita perto de mim...
Perfeição essa qual foste criada e me levas ao auge!
Levas-me à tontura, desequilíbrio e embaraço.
Sinto-me perdido entre os teus braços que por momentos passaram a amar-me!
Amas-me? 
Pouco me importa!
Eu sei que te Amo...Acredito que me possas amar perto do quanto te amo, perto da minha loucura doentia que me leva a ter medo de a berrar perante mundos estúpidos e irrisórios ao mesmo tempo.
Mas mais uma vez és um sonho... estás porem sempre longe...
Como sempre, como todos os dias.
Nunca te posso tocar, nunca te posso ter por mais que dias enfadonhos misturados por trabalho e loucuras!
Nunca sabe a pouco sequer.

Um insatisfeito desprezo distante!

Cada vez que te imagino nos meus braços rasgo-te a pele!
Sinto o teu sangue a escorrer por entre os meus dedos.
Sinto prazer.
Por segundo posso degustar os teus gemidos sofridos enfrentando momentos únicos de prazer.
Sinto um batimento cardíaco cada vez mais elevado, perto da loucura... sinto-me zonzo!
Por mais que chores, mais me fazes feliz. Só o teu olhar isolado de medo me faz respirar.
Mas por momentos que te observo só me apetece estar perto, só te imagino tocar-te.
Estou tão farto de sonhos.
Desejo-te tanto!

Para os meus presados...

Sinto-te distante, cada vez mais longe, como se num barco te encontrasses  a navegar.
Por mais que reme afastas-te.
Porque?
É a única pergunta que sei fazer, a única que me vem à cabeça.
Mas nunca me vem resposta!
Que Deus és tu que dizem existir e me proíbe de amar incondicionalmente alguém?
Que Deus és tu que me afastas de quem me quero aproximar?
Eu só quero estar perto, demonstrar o quanto amo, o quanto quero bem, o quanto quero perto!
Mas porquê eu? Porque me fazes sofrer?
Existes entretanto? Se o existes estou farto de ti! Não és o meu Deus!
O meu nunca me permitia ver sofrer por mais que algo me fosse rentável emocionalmente!
Estou farto de crescer à força, do pontapé alheio, ao suborno caseiro!
Estou farto de levar com quem não me grama, com quem não me quer perto!
Estou farto que os outros o sofram por mim também.
Fodei-vos, suicidem-se e deixem-me em paz!
Deixai-me viver a minha vida e a dos que me querem bem!
Porque me quereis tanto mal? Porque me odiais?
Não tenho resposta vossa porque o fazeis sem razão. Só o fazeis por isso mesmo, sem razão!
Não existe tal angústia, revolta, egoísmo, maldade que vos leve a fazer tal coisa!
Fazei-lo a vocês mesmo!
Será um dia em que vos perdeis entre a vossa maldade e tal opressão de carinho vos matará!
Por mais que se protejam. a vossa angústia irá matar-vos por dentro,
da forma mais dolorosa que nem Judas o sentiu!
Morrei Filhos da Puta, não porque quero, mas porque vocês o querem!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Afogando poros celulares...

Enquanto penetro por entre as gotas da chova nórdica, derivada pela precipitação provocada pelos ventos frios noruegueses e os ventos quentes dos desertos russos, dou comigo novamente a pensar.
Pensamento, aquilo que pensamos fazer 24h por dia mas que poucos o sabem usar, mas que me cansa de tanto o fazer.
Olho para o céu e no seu cinzento profundo vejo o brilhante sol a tentar rasgar um pequeno raio entre as nuvens. De repente esse mesmo raio atira-se para cima de mim, promove-me o fenómeno de produção de vitamina D na minha epiderme, mesmo que seja por meros segundo sobre o meu braço esquerdo.
Vou mantendo o meu sistema fisiológico a funcionar inconscientemente, e enquanto sinto a chuva a escorrer no meu coro cabeludo, sinto um arrefecimento arrepiante, que me leva a fechar os olhos.
Senti uma paz ínfima, algo tão arrepiante que assustou.
Não sabia  que sensação era aquela. Voltei a repetir e parecia que não o conseguia atingir novamente.
Desisti e passado mais umas pedaladas eis que o volto a sentir e não mais o quis deixar fugir.
A chuva que de tanto eu fujo e me protejo soube-me bem por longos momentos.
Que bem que sabe a submissão à natureza, que com a sua calma nos acompanha e nos deixas divididos.
Amarei eu a natureza ou apenas a suporto?
Eu sinto-a de diferentes formas, e se tanto a amo, também a desprezo. Farei eu o correcto?
Mas tudo é diferente dependendo dos olhos que uso!
Mas sabe bem deixar-me levar por ela, menosprezando o industrialismo cívico, o comportamento ético e até aquilo que consideramos fazer mal.
O que realmente importa é sentir bem, mesmo rodeado de gotas de chuva!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sinto-me bem!

Sabe bem...
Não sei o que me afecta o estado de espírito neste final de dia.
Se o facto de uma viagem divertida, ou um por de sol que não tem fim.
Não sei o que me faz sentir bem, mas faz, existe e acontece.
Só sei que é raro sentir-me assim, por mais fraco que pareça.
Olho pela janela e vejo imensa gratidão da natureza, simplesmente faz-me sorrir.
Tudo verde, tudo iluminado. A luz da rua não se faz sentir.
Faz-me bem sentir-me bem. Dá-me confiança para continuar seja lá o que isto é!
Seja lá qual razão de o fazer for.
A verdade é que me sinto bem.
Vi o mar, fotografei, ouvi música, caminhei pela natureza!
Fiz muitas das coisas que sinto falta constantemente, mas fiz tudo hoje!
E faz-me sentir novo, renovado, recarregado, puro e um suspense de energia corre-me na pele.
Não sei explicar, mas nem frio tenho!
Está tudo a correr como planeado?! mais ou menos, mas corre.
Se calhar porque os sonhos se aproximam da realidade.
Talvez eles estão a aproximar-se de mim visto que os deixei de procurar. Mas já os vejo.
Sinto-me tão bem.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ora aqui está o belo do homem a falar!!!

São Cristiano, o homem que nos vai salvar a todos da crise já a partir de amanhã, falou e disse num Ronaldês impecável (mistura de português com sotaque madeirense, alguns tiques de castelhano e muitas palavras anglo-saxónicas embutidas) que "os golos são como o Ketchup, quando aparece é tudo de uma vez".
Ou seja, o facto de estar há 16 meses sem marcar pela selecção deve-se apenas à falta de Ketchup. A solução fácil será alimentar o Cristiano à base deste molho e depois, antes dos jogos, virá-lo de pernas para o ar como fazemos com o frasco da Heinz e começar a bater-lhe com a palma da mão nas chuteiras. Pode ser que lhe sair o Ketchup pela boca e o rapaz desate a marcar os tais golos "todos de uma vez".
Se para Cristiano o golo é como o Ketchup imagino que um pontapé de canto seja como a maionese. E o pontapé de baliza como a mostarda Dijon, o que explica o facto de alguns guarda-redes andarem sempre agarrados ao frasco da Savora. E um lançamento de linha lateral bem picante a acompanhar umas febras grelhadas? Que maravilha.
Ronaldo disse ainda que espera "explodir" neste Mundial. Esperemos que não esteja a pensar fazê-lo depois de comer o Ketchup. Não ia ser uma cena bonita de se ver e não devemos esquecer que há muitas crianças a assistir aos jogos,
Já em relação ao outro grande problema que assola o mundo neste momento - o barulho das Vuvuzelas - Ronaldo disse que "há que respeitar" porque "faz parte das pessoas que gostam de assoprar".
Só tenho pena que ninguém lhe tenha soprado ao ouvido: "Pronto Cristiano, já chega de disparates, agora carrega-lhe mas é no ketchup" 
Nota da redacção - Que tal os portugueses começarem já a coleccionar embalagens de ketchup vazias para oferecer a este espécime que pensa ser o centro do Universo..."soltem os fogos".

quarta-feira, 9 de junho de 2010

14 Passos para Salvar Portugal...



Encontrei isto através de um colega e acho que vale a pena...


Passo 1: Trocamos a Madeira e os Açores pela Galiza, mas os espanhóis têm que levar o Sócrates. 
Passo 2: Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empre ...sa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. A Espanha fica encurralada entre os Bascos e o Sócrates. 
Passo 3: Desesperados, os espanhóis tentam devolver o Sócrates. A malta não aceita. 
Passo 4: Oferecem também o Pais Basco. A malta mantem-se firme e não aceita. 
Passo 5: A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados, os espanhóis devolvem-nos a Madeira e os Açores e dão-nos ainda o Pais Basco e a Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Sócrates. A malta arma-se em difícil mas aceita. 
Passo 6: Damos a independência ao País Basco. A contrapartida é eles ficarem com o Sócrates. A malta da ETA pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Sócrates Portugal torna-se um paraíso e a Catalunha não causa problemas. 
Passo 7: Afinal a ETA não aguenta o Sócrates, e o País Basco pede para se tornar território português. A malta faz-se difícil mas aceita (apesar de estar lá o Sócrates). 
Passo 8: Fazemos um acordo com o Brasil. Eles enviam-nos o lixo e nós mandamos-lhes o Sócrates. 
Passo 9: O Brasil pede para voltar a ser colónia portuguesa. A malta aceita e manda o Sócrates para os Farilhões das Berlengas apesar das gaivotas perderem as penas e as andorinhas do mar deixarem de por ovos. 
Passo 10: Com os jogadores brasileiros mais os portugueses, Portugal torna-se campeão do mundo de futebol! 
Passo 11: Os espanhóis ficam tão desmoralizados, que nem oferecem resistência quando os mandamos para Marrocos. 
Passo 12: Unificamos finalmente a Península Ibérica sob a bandeira portuguesa. 
Passo 13: A dimensão extraordinária adquirida que une a Península e o Brasil, torna-nos verdadeiros senhores do Atlântico. Colocamos portagens no mar, principalmente para os barcos americanos, que são sujeitos a uma sobretaxa tão elevada que nem o preço do petróleo os salva. 
Passo 14: Economicamente asfixiados eles tentam aterrorizar-nos com o Bin Laden, mas a malta ameaça enviar-lhes o Sócrates e eles rendem-se incondicionalmente. Está ultrapassada a crise!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Silêncios ensurdecedores.

Um dia, este dia, agora.
Apenas me sento e penso o que quero, o que sou. Não sei. É a única resposta que eu dou à minha estúpida pergunta.
O que desejo? Isso sim, tenho milhares de coisa em mente! Mas não há uma que não tenho um obstáculo mais alto que eu.
Porra, apetece-me gritar num sítio que não me ouçam. Afinal quem me quereria ouvir? Quem estaria nesse deprimente momento de decibéis elevados? Quem quereria partilhar um momento ruidoso em que só me apetece o silêncio?
Eu não quero mais que paz, estar num canto isolado em que sei que posso olhar em redor e de um momento para o outro encontrar quem quero, aquela pessoa exacta que mudava todos estes pensamentos medíocres e me tornava tão mais descansado, simples e descontraído.
Aquele mesmo momento que tanto procuro e parece não passar apenas de uma busca infinita, um ponto tão longínquo que não o vejo. Mas imagino-o.
Apetece-me tanto esse sossego de alma onde não encontro nada mais que o silencio e uma simples presença de algo que não sei explicar.
À que me fazes falta! Raios, não te encontro. E estou tão cansado de te procurar. Já tenho bolhas nos pés devido ao meu calçado desconfortável nesta caminhada imaginária de onde não saio da terra.
Mas porque de ser tudo tão imperfeito? Porque de ser assim algo tão simples que não atinjo? Serei assim tão cego ou apenas incompetente para me encontrar a mim mesmo?
Estou tão farto de abrir os olhos e imaginar que a minha busca não passou do mesmo! Do mesmo de sempre.
Estou farto de andar no meio do povo e observar tudo tão cru, simples e hipócrita!
Estou tão farto destes contrastes de vidas miseráveis, de um poder hierárquico que despreza a vida, de uma sociedade tão ela dependente do mal dos outros!
Por momentos caio na realidade e tenho medo de chegar à mediocridade dos outros.
E logo eu, eu que só quero encontrar aquele bocadinho de sossego, acompanhado por ti, num silêncio tão ensurdecedor... Faz tão falta ter-te a ouvir os meus berros silenciosos numa escuridão iluminada pelo sol brilhante, envolvido pelo mar e sentir aquele cheiro à água salgada...
Ai que falta me faz poder dizer o que não consigo descrever em palavras e que só queria transmitir com o olhar cerrado dos meus olhos!
Quero tanto essa paz...
Onde estás tu?