segunda-feira, 7 de junho de 2010

Silêncios ensurdecedores.

Um dia, este dia, agora.
Apenas me sento e penso o que quero, o que sou. Não sei. É a única resposta que eu dou à minha estúpida pergunta.
O que desejo? Isso sim, tenho milhares de coisa em mente! Mas não há uma que não tenho um obstáculo mais alto que eu.
Porra, apetece-me gritar num sítio que não me ouçam. Afinal quem me quereria ouvir? Quem estaria nesse deprimente momento de decibéis elevados? Quem quereria partilhar um momento ruidoso em que só me apetece o silêncio?
Eu não quero mais que paz, estar num canto isolado em que sei que posso olhar em redor e de um momento para o outro encontrar quem quero, aquela pessoa exacta que mudava todos estes pensamentos medíocres e me tornava tão mais descansado, simples e descontraído.
Aquele mesmo momento que tanto procuro e parece não passar apenas de uma busca infinita, um ponto tão longínquo que não o vejo. Mas imagino-o.
Apetece-me tanto esse sossego de alma onde não encontro nada mais que o silencio e uma simples presença de algo que não sei explicar.
À que me fazes falta! Raios, não te encontro. E estou tão cansado de te procurar. Já tenho bolhas nos pés devido ao meu calçado desconfortável nesta caminhada imaginária de onde não saio da terra.
Mas porque de ser tudo tão imperfeito? Porque de ser assim algo tão simples que não atinjo? Serei assim tão cego ou apenas incompetente para me encontrar a mim mesmo?
Estou tão farto de abrir os olhos e imaginar que a minha busca não passou do mesmo! Do mesmo de sempre.
Estou farto de andar no meio do povo e observar tudo tão cru, simples e hipócrita!
Estou tão farto destes contrastes de vidas miseráveis, de um poder hierárquico que despreza a vida, de uma sociedade tão ela dependente do mal dos outros!
Por momentos caio na realidade e tenho medo de chegar à mediocridade dos outros.
E logo eu, eu que só quero encontrar aquele bocadinho de sossego, acompanhado por ti, num silêncio tão ensurdecedor... Faz tão falta ter-te a ouvir os meus berros silenciosos numa escuridão iluminada pelo sol brilhante, envolvido pelo mar e sentir aquele cheiro à água salgada...
Ai que falta me faz poder dizer o que não consigo descrever em palavras e que só queria transmitir com o olhar cerrado dos meus olhos!
Quero tanto essa paz...
Onde estás tu?

Sem comentários: