segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Nunca desistir de te encontrar a ti mesmo.

Houve um momento. Uma triste fase. Todos temos essas facetas. Parece que o mundo te empurra para o abismo. Quanto mais tentamos reagir, mais empurrados e encurralados nos sentimos.
Levamos com o vento pelas costas, pela primeira vez que está a ajudar os nossos passos, mas desta forma contra o que seria normal, sair desse mesmo abismo e voltar atrás.
Foi uma fase má! Fazer um doutoramento leva-nos a isso tudo. Leva-nos a duvidar do que somos, do que queremos, do que nos levou a fazer tudo até lá chegar. Duvidamos de toda a gente que sempre nos apoiou, sempre esteve ao nosso lado. Leva-nos a duvidar sentimentos, do amor, da força, da vontade. Depois dá-se o momento em que o nosso compasso se volta a reencontrar. O norte volta a ser visível, voltamos a fazer sentido das coisas. Sentas-te, conversas e dás uma nova chance a tudo que estava perdido momentaneamente.
Mas nem todos conseguem isso. Naquele mesmo momento, o mais fácil é desistir. É a única coisa que faz sentido nessa fase. Desistir de tudo! De pessoas, do amor, da vida, do socialmente correcto, do ético e até de respirar. É a vontade. Mas desistir não é, nunca foi e nunca será a forma mais fácil de lidar com o que quer que seja. Porque naquela fase, naquele momento que parece uma eternidade, o que parece mais fácil é uma mentira pessoal. Desistir nunca é resposta. Nunca pode ser. Porque vai magoar-te a ti, às pessoas que te querem bem, que apoiaram. Mesmo que não o percebam. Tal como nós próprios não percebemos a visão do outro lado.
Dava muito jeito podermos sair do nosso corpo, em forma de balão de ar quente, e ver o mundo à nossa volta, o que nos rodeia, as pessoas. Perceber que não somos o centro do mundo. Existe um universo acima de nós. Existem pessoas que se sentem magoadas pela nossa fase má. Que precisamos de acordar e voltar a dar uma chance à vida. Por mais difícil que isso possa parecer.
Nada acontece por acontecer. Acontece porque permitimos e forcamos as coisas a serem como são.
Mas desistir é cobardia. Desistir nunca.
Foi uma fase má. Vejo-a agora, depois de a passar. E pensava eu que a podia viver do outro lado. Não é mais fácil do outro lado.
Quem me dera ter-me apercebido disso mais cedo. Mas desistir não.
JJ

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