segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sina Minha



Queima no peito a marca de um carimbo queimando registrando o dissabor,
a perda da inocência, da indolência do ignorante às dores da vida.


Às cicatrizes de feridas profundas que ainda doem,
inchadas de sangue que ainda pulsam de tão vivas ainda essas úlceras que se rachadas escorrem quentes e fumegam a quem puder ver e sentir o gosto sanguinário da traição sugando em suas bocas sedentas desse sabor.

Como gostava se viesse um dia a curar tais doloridas feridas, sem mágoas e traumas, mas não serão mais tão lisas as cútis nas quais se criaram.
Nada mais será o mesmo, ninguém detém o tempo e os fatos, deles nada podemos temer.Não podemos impedir a sucessão normal dos fatos e cenas de cada uma das vidas que são tão feridas.São inocências perdidas, ingenuidades consumidas que com essa perda vem o fel do amargor, a insípida monotonia sem muitos vais e vens, sem marés indo e vindo enchendo ou morrendo quebrando suas ondas pelas areias de praias desertas onde poderiam raiar ou porem-se sóis vislumbrando amores e gozos dos quais nada mais poder-se-ia lembrar.Sonhos não bastam, quando a esse ponto vêm a se chegar.Esquece, desse gozo, nenhum dia hei de aproveitar.
A minha sina é o sofrer e curar as feridas a cada dia que quando mexidas por cada esquina da vida, por qualquer marginal desses cruel e sem moral que vem sem dó nem piedade apunhalar e reviver a dor cada vez mais num círculo, num ciclo vicioso, caindo num abismo sem volta nem escolha, sem mesmo uma maneira de a Deus se pedir perdão.




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