segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sobreviver


Nada melhor que desfrutar o que de melhor nos faz sentir.
Inúmeras razões, inúmeros pensamentos.
Olho para a janela e vejo escuridão, venho tudo menos vida.
Apetece-me chorar, mas nem uma gota sai...
Sinto-me frio, isolado por opção, por tudo que idealizo perfeito.
Desdenho um simples sorriso puro, da mais pura inocência.
Nada acontece, mas tudo continua especial à sua maneira.
Pergunto-me porque estou aqui, se aqui não pertenço.
Olho novamente para a rua, continua vazia.
Passa alguém também só, nos seus infinitos pensamentos.
Tento imaginar o que preocupa as pessoas comuns,
mas deixo rapidamente de o fazer, não consigo imaginar tal coisa.
Tudo demasiado simples para a minha complexidade.
O meu ego contraí-se, recrimino-me a mim mesmo.
Sinto-me frágil, vulnerável, e só mais uma vez.
Penso no que me faz falta, quem me faz sentir só.
Porque nada tem solução se a quiser-mos encontrar...
Aguardo impacientemente pela resolução das minhas frustrações.
Terei eu optado por algo que me faz sentir desiludido?
Não, não posso pensar assim, os sonhos continuam a se-los até os decifrar-mos,
até os tornar-mos parte do passado.
Olho em redor e tento encontrar-me em algum dos meus objectos.
Encontro a minha solitária guitarra, ela mesmo que me aguarda constantemente
para que eu lhe toque e lhe dê vida.
Pego-lhe, esticando ao máximo as suas cordas.
Dou valor a tudo que me faz lembrar passado e tento procurar outras coisas.
Toco notas soltas e isoladas, até que surge algo.
Desinibo-me, ninguém me ouve, não tenho vergonha.
Começa a soar a algo bom, algo que me faz sorrir.
Encontro-me novamente,sinto-me inspirado, continuo...
Sinto-me bem, estou vivo...
Horas depois estou animado comigo mesmo,
a solução à minha solidão estava mesmo ao meu lado.
Afinal a minha guitarra ouve-me e faz-me responder a mim mesmo.
Estou vivo...

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