segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tempo carnívoro.

Vejo-me sozinho a contar horas, minutos, segundos.
Não me concentro, tudo corre mal e não suporto o calor.
Estou desnorteado e à procura de senso.
Ouço trovões, relâmpagos longínquos amistosos que me alertam para a chuva.
Fico à porta de saída à espera dessa mesma chuva, dessas gotas quase tropicais e frescas que me possam escorrer pela face.
Ai está ela. Começo a caminhar e a refrescar-me.
Estou todo molhado mas apetece-me mais. Sabe melhor que um bom banho.
Por momentos gostava de estar no mar com a chuva a embalar-me nas ondas e onde a temperatura pudesse descer.
Aqui estou eu afinal, debaixo de chuva à espera de melhores dias, à espera do dia!
Volto para casa e enquanto tiro a roupa colada ao corpo penso nos planos todos que estou a idealizar.
Mas dou comigo a pensar que planos são esses? Eu sei que vai ser diferente, é sempre diferente!
Os planos já à muito que não me são amigos. Destrocem-se todos, desfiguram-se e desiludem-me.
Que me adianta tentar? Que me adianta não tentar?
Não tenho respostas e tento planear de forma mais simples, menos detalhada, menos colorida para não me desiludir.
Faltam menos umas horas. Umas horas mais longas que o normal. Ainda estás longe. Ainda não cheguei!
E o tempo consome-me, devora-me, tortura-me.

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