terça-feira, 12 de abril de 2011

O pintor do outro lado da janela!

Exponho a vida à minha frente,
como se de uma tela se trata-se!
Olho-a com significância, postura própria de artista!
Vejo o que lhe fui pintado todos estes anos, que manchas estão, que mais acrescentaria.
Imagino-me apenas numa janela, frente ao mundo, onde todos andam atordoa-dos, como se fossem baratas tontas em dias de trovoada. O mundo não para nem um segundo, tudo parece querer criar entropia constantemente!
Torna-se tudo tão perturbador! Parece que ninguém sabe o que quer, mas tudo anda à procura de algo!
Estaremos assim tão perdidos? Porque razão somos assim tão manipulados pelo mundo que nos torna tão vulneráveis e sensíveis a todos os pequenos ajustes em nosso redor?
Não me vejo a sonhar com mais nada! Limito-me a ver a vida deste lado da janela, como se tivesse uma grande obra para finalizar, mas que eu tanto estou farto de não saber como!
Parece que tudo a que me proponho nunca faz muito sentido, ou deixou de fazer por nenhuma razão aparente! Parece que todos estes tempos de sacrifício mental e físico me levaram à insanidade mental que outrora me era tão simples gerir! Já não sou capaz de sonhar por nada mais! Tudo saiu sempre tão torto! Vou deixar andar sozinho e ficar só no meu canto, apenas só deste lado.
Deste lado da janela, e observando calmamente o mundo em desorientação constante, apenas me idealizo parado! Como se me fosse possível evitar que o mundo em meu redor se deslocasse e eu, apenas e somente eu me pudesse movimentar, acalmando o mundo, fixando-o, acabando esta pintura da forma como eu quero! 

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