sexta-feira, 27 de maio de 2011

Metamorfose!

Estou paralisado, bloqueado.
As minhas mãos estão bloqueadas sobre a mesa.
Quero mover os dedos e não consigo.
Esforço-me, concentro-me, mas nada.
Sinto uma dor agoniante, desesperante por vezes.
Começam a ficar vermelhas, com tracejados de veias azuis a sobressair.
O inchaço torna-se cada vez mais doloroso e mais assustador.
As dores começam a passar os limites de tolerância.
Observo a formação de pequenas gotículas de sangue na derme.
Pequenos derrames e a libertação de sangue.
A pele está a ceder, começa a rasgar em proporções tremendas.
Espinhos estão a sair por esses novos espaços abertos.
Pretos, feios com ramificações.
A dor é insuportável, começo a delirar.
Já não sei são espinhos ou mesmo alucinações.
Tento ir com a boca e sentidos.
São reais. Dolorosamente reais. Realmente dolorosos.
Estou alagado em sangue. Continuo estático.
Sinto-me fraco e a dor parece estar a adormecer.
Vejo tudo nublado. Estarei eu a morrer?.
Tenho de cortar as mãos, tenho de me salvar.
Não tenho outra alternativa.
Tento alcançar uma faca com a boca, tento coloca-la.
A cada facada, um alívio surge como salvação.
Sinto-me bem com esta nova reacção. Sinto-me a renascer.
Vejo os espinhos a cair, como ramos de árvores a secar.
Não estou a crer que o estou a conseguir,
mas no final estou a acabar com esta metamorfose!
É o fim. Vou morrer de qualquer forma.
Estou a morrer.
Morri ou Acordei?

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